Quincy Jones, músico, arranjador e produtor revolucionário, morre aos 91 anos
- 06/11/2024
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Além de produzir "Off The Wall", "Thriller" e "Bad", de Michael Jackson, Quincy gravou álbuns solo e trabalhou com gigantes do jazz e pop.
O produtor, arranjador e músico Quincy Jones morreu neste domingo (3), aos 91 anos, em sua casa em Bel Air, Los Angeles.
Jones foi uma figura fundamental na música do século 20, tendo trabalhando com ícones como Michael Jackson (juntos na imagem acima em foto de Michael Ochs), Ray Charles, Tony Bennett, Frank Sinatra e inúmeras lendas do jazz. Ele também foi o produtor de "We Are The World", do USA For Africa, não só o mais bem-sucedido disco beneficente de todos os tempos, como um dos mais vendidos da história. Ele também gravou uma série de discos solo e escreveu trilhas para o cinema.
Entre seus marcos, está sua colaboração no álbum "Thriller", de Michael Jackson, um dos discos mais vendidos da história e que revolucionou a música pop, nos anos 80. Ao longo de sua carreira, Jones transitou por diversos gêneros, incluindo jazz, AOR, soul e hip hop.
No total, o produtor recebeu 80 indicações ao Grammy, conquistando 28 desses prêmios. Em sua trajetória, ele também fez história ao se tornar o primeiro compositor negro a ocupar uma posição de liderança na gravadora Mercury e também é lembrado pela sua atuação em Hollywood.
Sua família divulgou um comunicado para os fãs e imprensa: "Esta noite, com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones. E embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele."
A história com Michael Jackson
Quincy Jones produziu três dos álbuns mais memoráveis de Michael Jackson: "Off The Wall" (1979), "Thriller" (1983) e "Bad" (1987), que marcaram a sua transição de integrante do Jackson 5/The Jacksons para a carreira solo.
"Thriller" vendeu mais de 20 milhões de discos em seu primeiro ano depois de lançado e goza do posto de álbum mais vendido da história - estima-se que as vendas já tenham superado as 70 milhões de cópias ao redor do mundo.
Outros trabalhos
Nascido em Chicago em 1933, Quincy iniciou sua carreira ao lado de Ray Charles na adolescência e, como músico, se juntou a orquestras de destaque, como as de Lionel Hampton e Dizzy Gillespie. Grande fã da música brasileira, Jones visitava o país com frequência e usou elementos de nossa músicas em suas composições e arranjos.
Entre as trilhas sonoras, destaque para a de "No Calor Da Noite" ("In The Heat Of The Night", vencedor do Oscar de melhor filme de 1967), "A Cor Púrpura" (1985) e a da minissérie "Roots", de 1975, que ganhou um disco de ouro.
Antes de trabalhar com Michael Jackson, Quincy Jones teve uma produtiva parceria com os Brothers Johnson, tendo produzxido quatro álbuns para o grupo.
O produtor também gravou discos como artista solo, onde atuava primariamente como arranjador e produtor. Inicialmente focados no jazz e no easy listening, seus trabalhos com o passar do tempo, se abrem para o pop e culminam em uma série de álbuns cultiuados por fãs de soul e funk ("You've Got It Bad Girl", de 1973 e "Body Heat", de 1974, que entrou no top 10 norte-americano) e "do AOR, como "The Dude", lançado em 1981, que trazia o hit "Ai no Corrida".
Seu último trabalho foi "Q: Soul Bossa Nostra", que fazia referência a "Soul Bossa Nova", canção instrumental que lançou em 1962 e se tornou um standard. Gravado com nomes da nova geração, o disco tinha colaborações como, entre outros, Snoop Dogg, Akon, Mary J. Blige e Amy Winehouse, em uma versão para "", que ele produziu originalmente em 1963 para Leslie Gore e se tornou seu primeiro número 1 na parada de singles dos EUA.