Com a IA cada vez mais presente na produção musical, os live sets serão mais valorizados?

• 09/12/2025
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O avanço extremamente veloz das inteligências artificiais têm assustado e provocado mudanças em vários mercados.

Na música não é diferente. Debates como direitos autorais, alimentação ilegal de códigos com músicas lançadas, originalidade das faixas, entre outros estão crescendo e, com isso, os trabalhadores da área precisam se reiventar e se diferenciar cada vez mais.

Hoje, várias IAs são capazes de produzir uma música do 0 com o prompt correto. Você pode escutar uma música totalmente ‘’artificial’’ produzida dessa maneira e não perceber. Aliás, isto tem sido mais comum do que imaginamos. Um estudo do último mês feito pela Deezer e pela empresa de pesquisas Ipsos com mais de 9000 pessoas aponta que 97% não consegue diferenciar uma música feita na IA e por um ser humano. 51% disse que o uso de IA na música pode levar a uma baixa qualidade e sonoridades genéricas.

Além disso, tubarões do mercado musical como Warner e Universal firmaram acordo com a Suno e a Udio, respectivamente, que são plataformas geradoras de música por IA. Agora, o banco de dados das empresas será alimentado com todo o vasto catálogo das gravadoras.

A inteligência artificial é um ótimo auxiliador, entretanto está sendo cada vez mais utilizada para substituir aquilo que somente a mente humana seria capaz de fazer. A subjetividade, a criação, a ideia diferente.

Por isso, na música eletrônica, os live sets e artistas que o fazem podem ganhar ainda mais destaque neste cenário. O formato live já é bastante valorizado na cena por toda sua complexidade. Agora, com as mudanças do mercado, deve ganhar mais destaque. A construção de um show ao vivo com sintetizadores, sequenciadores, demais instrumentos e softwares vem do improvável, da experimentação, da subjetividade e de um profundo talento e estudo humano. Isso, a IA não é capaz de fazer ainda.

Sobre o tema, L_cio comenta que ‘’a valorização do trabalho autoral certamente está acontecendo, pois temos hoje uma produção em escala bem significativa de músicas feitas por IA. Assim, quem faz live pode realmente ter esse destaque por se tratar de algo executado ao vivo e com trabalhos autorais. Vale lembrar que toda tecnologia é bem vinda se utilizada com responsabilidade e criatividade.’’

Ou seja, em um mercado cada vez mais marcado pela genericidade, artistas que apresentam ao público um fato novo, além de uma forma mais humana de tratar a arte podem ganhar mais destaque. O diferencial, nos dias de hoje, é ser humano!